Ed.Nº 116 – Wolfenstein: The Old Blood (PC, 2015)

AnaliseFaaala gamers do Brasil! Estamos de volta com a nossa programação normal no Blog MarvoxBrasil, e o assunto da edição 116 é sobre Wolfenstein: The Old Blood, desenvolvido pela MachineGames e publicado pela Bethesda Softworks, o jogo foi lançado em 5 de maio de 2015 e está disponível para PC, PS4 e Xbox One.

Antes, quero agradecer ao pessoal que acompanhou a jogatina de Wolfenstein: Old Blood na pequena live da madruga no Steam, alguns gamers não conhecia o jogo, não sabiam da existência do jogo e foi bom porque o pessoal que viu gostou, fiquei contente por isso. Valeu Jack, KingFox e outros que assistiram!

Old Blood é um jogo stand-alone, ou seja, não é necessário instalar o “The New Order” para conseguir jogar, e nesta análise vamos conhecer melhor esta nova criação, a volta de Wolfenstein para nossas mentes, e porque este jogo é essencial para você que gosta de Shooter. Acompanhem:

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Qual foi a sua primeira experiência com Shooter? A minha foi com Doom, para alguns foi com Quake e Half-Life, outros com Counter-Strike ou algum título mais recente, mas existe uma parcela de gamers que começaram com Wolf 3D, ainda mais se a pessoa tinha em casa um computador modelo 386.

Wolfenstein 3D não foi o primeiro Shooter, mas foi o nome que ajudou a popularizar o gênero Shooter em primeira pessoa, naquela época em pleno 1992 era mais fácil ter um Super Nintendo para jogar Top Gear ou Mega Drive com Sonic 2, a existência do computador em casa era bem diferente do que vemos hoje em dia.

Originalmente, Wolfenstein 3D é uma criação de Tom Hall, e a programação foi feita pela dupla: John Carmack e John Romero. O jogo nos apresentava pela primeira vez para o soldado americano B.J Blazkowicz, ao mesmo tempo que coloca o jogador como um prisioneiro nas entranhas de uma enorme fortaleza alemã em plena época do Nazismo. Wolf-3D é extenso, são 60 fases divididas em 6 capítulos, onde no fim existe um líder nazista à espera do jogador. Este foi o primeiro trabalho do gênero feito pela id Software, onde na tela tinha apenas a mão que segurava uma arma,  de fogo ou branca, e a partir daqui o gênero Shooter ganhou um olhar diferente.

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Wolf-3D era desafiador, cansativo, difícil e pouco amigável. Os controles, era o que tinha de melhor para a época, e já trazia suporte ao mouse. Durante o percurso das fases, jogadores rolavam pelas paredes de tons azulado, marrom, vermelhas, além de revirar quadros com símbolos nazistas. Enquanto faziam com os dedos o “smash button” na tecla Espaço (comando usado para abrir portas) para encontrar passagens secretas, e sem a ajuda de um mapa para guiar o jogador.

A primeira aparição de B.J. Blazkowicz veio em 5 de maio de 1992, e 23 anos depois, em 5 de maio de 2015 temos Wolfenstein The Old Blood, apesar de ter vindo depois, Old Blood é a prévia necessária para iniciar a jornada em New Order. Pois é, foi isso que a MachineGames e Bethesda quiseram fazer, e que por enquanto é um grato desfecho aos trabalhos realizados por parte da Bethesda Softworks com a engine id Tech 5, no ano que vem (2016) teremos Doom que nos apresentará para a nova engine id Tech 6.

Meu nome é B.J, digo, Franz Frankfurt

Estamos na Alemanha e o ano é 1946, em um passado alternativo que nos leva para as proximidades do Castelo de Wolfenstein, uma enorme fortaleza nazista com segurança reforçada de modo a intimidar qualquer um que chegue perto do portão principal. Pelo horizonte, é possível enxergar uma pequena cidade com casas que lembra bastante as construções holandesas, aquelas encontradas na região Sul do Brasil. Partimos da estrada, à bordo de um carro dirigido pelo Agent One e no banco do passageiro está B.J que neste primeiro momento está disfarçado e usa até um passaporte falso com a assinatura de Franz Frankfurt.

A primeira figura de impacto que nos é apresentado é Rudi Jäger, ele segura o pulso de B.J no momento em que mostramos o passaporte ao soldado na recepção. Jäger está sempre acompanhado de Greta, um cão de guarda que é alimentado com prisioneiros capturados pelos soldados alemães. Seguimos então para o bondinho que nos leva até o Castelo e durante uma das primeiras situações de confronto, é possível avistar quadros com a imagem de vários generais, e no quadro maior está escrito o nome Helga Von Schabbs. Se você lembrou de Return to Castle Wolfenstein, fique tranquilo, porque não temos um jogo a mais que traz referências ao que já apareceu no passado. Na verdade temos 3 jogos em um só. Pelo preço padrão de R$ 40,00 (quarenta reais) ao comprar Old Blood, você jogará algo novo e que carrega também Wolfenstein 3D e referências muito superficiais de Return to Castle Wolfenstein, e que só serão perceptíveis se você jogou o título de 2001.

Lembra quando existia disco A e B?

Quando The New Order veio em maio de 2014 trouxe uma história repleta de personagens marcantes e que no início chega a ser difícil decorar os nomes e lembrar o que cada um representa no jogo, o mais interessante acontecia quando o jogo bifurcava. Enquanto controlávamos B.J, ao mesmo tempo o jogo deixava nas mãos do jogador a oportunidade de escolher entre dois personagens, de um lado Fergus, e do outro Wyatt, eles não são jogáveis, mas serviam para alterar o andamento do jogo passando por locais que não dá para ver dependendo do caminho escolhido.

Em Old Blood existe essa bifurcação também após conhecer Pippa Shepherd e Ludwig Kessler, em um momento que você menos espera. E terá que escolher entre o lado A ou B da história para prosseguir, isso é bem legal porque faz você querer jogar de novo para saber o que acontece do outro lado. O jogo possui ao todo 9 capítulos, onde o primeiro é chamado de Prelúdio e assim segue do capítulo 1 ao 8 em torno de 17 horas de campanha solo.

Trechos de cada capítulo ficará desbloqueado na área chamada Challenge, após terminar toda a campanha solo, será possível acessar os challenges pelo menu e jogar de novo alguns pequenos trechos de combate, marcar pontos, ganhar medalhas e compartilhar em uma tabela com outros amigos que também possuem o jogo, e desta vez não temos modo multiplayer.

Um novo sentido para o termo “entrar pelo cano”.

Wolfenstein: The Old Blood, assim como o New Order, possuem uma mistura de ação com stealth, fatores que deixa o jogador bem à vontade para sair na mão com os soldados a hora que bem entender ou, entrar na dança do jogo e aproveitar as oportunidades furtivas que existem por todos os cenários para pegar os soldados pelo braço em bom estilo.

WTOB006Em Old Blood a utilidade vai para um cano que B.J usará para escalar paredes com reboques para alcançar janelas e passagens que, fariam as tropas de Rainbow Six voltar para o recrutamento.

Nos primeiros momentos do jogo no capítulo 1, B.J está sem arma alguma e tem que se virar para atravessar caminhos bloqueados por robôs armados com a metralhadoras pesadas. Os robôs percorrem de um lado para o outro e, por enquanto, todos estão conectados com cabos elétricos presos ao teto e que mais parecem os ônibus elétricos dos anos 80/90 de São Paulo. Colocar o jogador diante disso sem poder se defender muito, tudo na base da esquiva e cover, só no esconde esconde é porque não vai ser brincadeira até o fim do jogo.

A criatividade vai longe com a organização dos objetos pelo cenário que chega a combinar com o tema de cada ambiente. Tem muita coisa para coletar e que no menor descuido pode passar despercebido na primeira olhada: granadas de mão encaixadas no maxilar de crânios, capacetes em estátuas, barras de ouro dentro de gavetas, e os diversos documentos espalhados para ler (se quiser) e acompanhar os acontecimentos fictícios da guerra.

Temos Easter Eggs também, e tratando-se da id Software e Bethesda, as brincadeiras remetem a Skyrim, Fallout, Doom e até Quake, sem contar os caminhos alternativos em dutos de ventilação e que acabam por levar o jogador para alguma sala secreta, o que é muito bom, para coletar suprimentos médicos e aumentar ainda mais a energia, que no padrão chega a 100% mas é possível chegar aos 300% e que em alguns segundos a alegria é consumida pouco a pouco até voltar aos 100%, engrenagem herdada pelo jogo Quake.

Para aprimorar sua experiência e não deixar que você faça o básico entre início ao fim da fase, o jogo instiga o jogador a vencer determinados desafios em tempo real, os chamados Perks, que é uma tabela que você pode acessar a qualquer momento para consultar o seu progresso. Existem 16 pequenos objetivos que são os mesmos sempre, mas não pense que você consegue fazer todos de uma vez, isso vai depender da habilidade de cada gamer, porque está muito relacionado com as brechas de situações durante o jogo. Por exemplo:

Elimine 20 comandantes silenciosamente, feito isso no mapa é exibido todos os coletáveis da fase.

Elimine 100 inimigos usando a machinegun(super pesada), e você poderá carregar essa arma no seu estoque.

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Sempre que você inicia um novo jogo, os Perks são reiniciados. Tem ainda o lance do dual-wield – que faz o personagem segurar duas armas ao mesmo tempo, podendo ser o mesmo modelo ou modelos diferentes. E já que estamos no menu do jogo, temos 3 espaços independentes para armazenar o progresso, o que é bom se você costuma dividir o seu lazer com outras pessoas na casa, assim um não interfere nas conquistas do outro e o jogo chega a salvar o progresso continuamente de tempo em tempo sem que você se preocupe em ter que lembrar de salvar.

Dorme, que passa!

Os pesadelos continuam a atormentar o protagonista e por tabela, o jogador, que participa desses momentos de volta para o passado. Em New Order isso foi colocado mais como um Easter Egg, tínhamos o momento em que B.J encontrava um colchão, o fazíamos dormir e durante o pesadelo estávamos de volta em Wolf-3D, mas só a primeira fase. O jogador ao completar 100% da fase desbloqueava uma conquista.

Ao ver isso em Old Blood, no começo pensei – epa, de novo? Na primeira jogada achei que seria a mesma coisa que em New Order, então decidi fazer a primeira fase completa e bater na alavanca no final da fase, então percebi que o pesadelo não havia acabado, e um elevador me levou para a fase secreta existente no Capítulo 1 de Wolf-3D.

Nesse momento, a cabeça explodiu e resolvi ler com atenção a lista de Conquistas do Steam. São 50 conquistas, onde 10 delas você só consegue garantir ao completar cada fase do Capítulo 1 do Wolf-3D, dentro do Old Blood. Do prólogo ao final fiquem atentos para encontrar os colchões, isso será interessante se você não chegou a finalizar Wolf-3D, poderá fazer pelo menos o Capítulo 1 inteiro sem instalar o antigo jogo.

Foi muito legal por parte dos desenvolvedores de querer introduzir essa passagem entre antigo e atual, porque não acredito que algum gamer mais jovem vá instalar o Wolf-3D, entretanto comparado com o antigo, a MachineGames deu uma reduzida na dificuldade, quanto ao resto está tudo intacto, caminhos e passagens secretas e a diferença mais saliente acontece com 2 detalhes: os soldados não conseguem abrir as portas e, também não aparecem do nada ao efetuar disparos aleatório pelos corredores.

Tirando isso, os danos recebidos pelos tiros dos inimigos estão no mesmo nível do jogo original, e para ajudar no percurso das fases, é possível ouvir todas as músicas originais de cada fase, e agora temos até um mapa. E se mesmo assim o jogador não quiser participar desse flashback, não vamos desligar o jogo por não conhecer as fases de Wolf-3D, com o tempo você aprende, bastará dar o comando para B.J acordar (no PC é o Esc) e voltar para o Old Blood que é o jogo principal.

Pensamentos e Melhoramentos

Pelo fato de Old Blood ter vindo após New Order, é normal acreditar que certos esquemas da jogabilidade fossem reaproveitados ou até melhores utilizados, mas tem muita coisa que a MachineGames apenas deixou de lado:

A história de Caroline Becker não é contada, nem comentada, sendo assim para um melhor entendimento será preciso jogar o “Wolfenstein 2009”, e se ainda houver um próximo stand-alone por parte da Machine e Bethesda seria bom porque, ainda dá para brincar mais com a história e seus elementos.

Em New Order existe um momento que podemos dirigir um carro, um mini submarino chamado de U-Boat, tudo com visão em primeira pessoa, não era toda hora mas trazia essa experiência a mais. Em Old Blood apesar de ter mais carros, jipes e caminhões, não tem como interagir com veículos.

Wolfenstein The New Order é o jogo principal, mecânicas variadas, experiência marcante para quem acompanha ou já acompanhou a franquia, muito mais personagens tocantes como: a inteligentíssima Tekla, o brincalhão Max Hass, e o guitarrista Jay que faz Blazkowicz ficar chapado. Podemos dizer que a família é maior, o jogo é um almoço de domingo.

Wolfenstein: The Old Blood é o início de tudo, uma brilhante homenagem ao que conhecemos com Wolf-3D e também com Return to Castle Wolfenstein, e ainda dá a oportunidade da galera mais jovem conhecer também. Elenco mais humilde, controles muito mais modestos e que respondem de maneira precisa, sem enrolar os dedos, é aquele jogo feito para encerrar uma linha de trabalho sem perder detalhes. Melhoraram os aspectos técnicos que finalmente só agora deu certo referente a engine mesmo. A id Tech 5 praticamente nasceu com o jogo Rage em 2011, e quem acompanha lembra bem os perrengues que a engine passou em seu início, em Wolf New Order, a engine ainda apresentava alguns problemas técnicos, mas agora no Old Blood nem parece a mesma. Rodou muito bem, não “bugou” em nenhum momento. E o jogo é uma situação típica de viagem de férias, feito para lembrar por muito tempo e faz querer voltar para conhecer mais.

No fim para aproveitar vale tentar fazer o inverso, primeiro termine Wolf: The Old Blood, o jogo está muito barato nas lojas digitais convencionais, e depois se quiser parta para o Wolf: The New Order (ele é um pouquinho mais caro, vale esperar uma promoção), o final está tão amarrado que você terá um novo parecer sobre os dois jogos.

Mas jogue logo, porque vem aí o novo Doom e se depender das brincadeirinhas que apareceram durante Old Blood, talvez num futuro não muito longe, alguém pode estar querendo acordar para voltar a fazer parte da sua vida, caro gamer. Quando Old Blood começar, olhe para a chave no contato do carro, e você verá o bazuca de Quake 3. Se é que vai acontecer mesmo a volta de Quake, ainda precisaremos aguardar a chegada de Fallout 4, Dishonored 2 e por aí vai.

Confira nossa galeria com imagens capturadas durante o gameplay de Wolfenstein: The Old Blood, no PC. Lembrando novamente que este mesmo jogo está disponível no PS4 e Xbox One.

Se você gostou, venha comentar porque na próxima edição, para ficar mais completo, falaremos sobre Wolfenstein: The New Order. Até a próxima!

Como desbloquear 10 conquistas em Wolfenstein The Old Blood

Durante a campanha do enredo, em cada um dos 9 capítulos existe uma fase do Wolf3D, todas as fases secretas são do 1º episódio da versão clássica lançada em 1992. É possível desbloquear 10 conquistas apenas atravessando essas fases, e para isso, fiz um detonado explicativo que vale para o jogo Old Blood no PC, PS4 e Xbox One.

10 Comments

  1. Putz já eu parei de jogar fps na época de Quake, Unreal e outros justamente por “culpa” do mouse e principalmente do WASD que pra mim é uma atrocidade… velho chato é dose, né? kkkkk
    Mas não consegui acostumar.
    E lembro de ter que configurar em setup e o caramba, tinha uns que davam um trabalhinho.
    Suar mais pra jogar de peito aberto? Vou dar uma chance pro jogo, bom saber!

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  2. Valeu Cadu!
    kkkk jogar com mouse eu só fui começar a ter vontade de jogar assim quando apareceu Unreal em 1999, antes disso eu só curtia mesmo jogar no teclado. Até me acostumar com o lance de olhar usando o mouse demorou um pouco. Até pelo fato de que para configurar mouse nesses jogos tinha que entrar no setup e tal, hoje em dia já vem tudo configurado. Demorou bons anos até eu pegar o costume de jogar com uma mão no teclado e a outra no mouse.
    Eu também gosto mais de ir pra cima dos inimigos, e esse Wolfenstein novo ele dá chance para você escolher sem muita frescura, quer ir pra cima ok mas você vai suar mais, quer fazer tudo no stealth beleza e no fim você acaba ganhando duas experiências em uma só jogada.

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  3. Fala Marvox!
    Cara, bem lembrado quanto à época, quando era mais comum um console que um PC em casa. Como os tempos mudaram, né? O curioso que uma alta porcentagem de quem tinha PC provavelmente tinha instalado o Wolf-3D! E este deve ter sido o primeiro shooter de todo mundo que viveu a época, não? O meu foi, pelo menos! hehe
    Só nunca o joguei com mouse, somente teclado. Vale pro Doom 2 também. Isso explica pq eu não jogo Shooter no teclado e mouse nunca, embora jurem que seja melhor!
    Enfim…
    Old Blood parece legal, apesar das partes stealth (eu odeio jogar escondido, quero é enfrentar todo mundo de peito aberto em qualquer gênero! kkk).
    Legal o mini-game de Wolf3D, baita surpresa! Dá até vontade de encarar o jogo! kkk
    Ótima análise!

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