Ed.Nº 120 – ObsCure 2 (ObsCure: The Aftermath)

AnaliseFaaala gamers do Brasil! Chegamos à mais uma edição, agora com o segundo título da franquia ObsCure. Uma criação da Hydravision Entertainment para o gênero Survival Horror que apareceu no PC, PS2, Wii e PSP em 2007. Na análise vocês conferem o desfecho da trajetória de ObsCure 2 e a vontade da softhouse de criar uma terceira história. Convido vocês a curtir a edição 120, só que antes, tem recados do que rolou por aí…

– No Canal Jornada Gamer, a programação de Setembro trouxe os jogos do Mickey de Game Gear, e a dupla Astérix e Obélix que apareceu no Master System. Vale a pena conferir aqui os longplays e acompanhar o anúncio do canal para a programação de outubro que terá Doom 64.

– No QuadNation teve transmissão ao vivo no último domingo (21), a oportunidade contou com o gameplay de Odallus: The Dark Calls, a participação especial do desenvolvedor Danilo Dias, da JoyMasher. Também rolou podcast sobre os 20 anos do PlayStation.

– E tem o Blog MarvoxBrasil que participa da edição 2015 do Prêmio Top Blog, por isso conto com vocês leitores que acessam e sempre procuram alguma coisa para ler, vocês podem votar ao clicarem no botão “vote aqui”.

Vamos para a edição 120 com ObsCure 2, também conhecido como ObsCure: The Aftermath, acompanhem:

MarvoxBrasil 120 ObsCure 2

De ObsCure 1 para ObsCure 2

ObsCure é uma produção da Hydravision para o gênero Survival Horror, o primeiro jogo apareceu em 2004 e trouxe como diferencial a ideia de jogarmos com um grupo de adolescentes, onde cada um dos personagens tem habilidades ou espertezas distintas, um era forte, o outro sabia destrancar locais com chave utilizando grampos, tinha aquele com movimentos mais rápidos e por aí vai.

A vinda do jogo no PS2 foi uma ideia de aproveitar o momento onde acontecia um leve hiato do gênero Survival Horror e procurou-se inserir um jogo com uma mecânica similar aos primeiros jogos da série Resident Evil, e inicialmente, a softhouse tinha pensado em ObsCure como um exclusivo jogo do PS2, mas que acabou chegando também no PC. As configurações de controles do PC e do PS2 são tão idênticas que, na época, como ainda não tinha o uso tradicional do controle do Xbox 360, era possível plugar um controle USB no PC para conseguir jogar como se estivesse no próprio console da Sony.

O outro diferencial de ObsCure se dá pela existência do multiplayer local, algo raro num jogo desse estilo e nesse ponto era só chamar alguém para ajudar durante todo o percurso do jogo, a vinda de ObsCure iniciou uma ideia que pode receber a nomenclatura de “terror em grupo”. No primeiro jogo temos 5 personagens, e para ObsCure 2, a softhouse conseguiu criar um jogo maior, são 8 personagens porque junta 3 do primeiro jogo, enquanto os 5 restantes são novos.

Em relação ao primeiro jogo, o segundo possui um visual mais refinado ao utilizar um nível de detalhes que fazia jus aos jogos que apareceram ao longo de 2008, e essa é talvez a parte mais curiosa de Obscure 2, apesar do motor gráfico ter sido o mesmo chamado RenderWare, o jogo possui um visual bem diferente do jogo de 2004, dava para perceber que existiu um trabalho forte no desenvolvimento de ObsCure, muito semelhante ao que a Capcom fez com os primeiros 3 jogos do Resident Evil.

A Família Aumentou

8 personagens para jogar, cada um com suas histórias que se entrelaçam pelo fato de estudarem na mesma universidade, o enredo se passa dois anos após os acontecimentos do primeiro jogo, e o que mudou bastante foi a postura de cada personagem antigo e na adição de novos amigos no grupo. Jogar o primeiro e partir para o segundo, faz com que o jogador perceba um amadurecimento no perfil dos personagens que vieram do jogo inicial. Não temos mais ambientes tantos fechados, o jogo não acontece somente dentro da Leafmore High, estamos agora na Fallcreek University.

Começamos nos corredores onde ficam os dormitórios dos universitários, podemos ouvir gente conversando, barulhos que vem de dentro dos quartos como risadas altas, conversas e muita música que parece que todos os quartos estão dando uma festa. Em outro momento, o jogo nos leva até um casarão de uma irmandade onde está rolando uma festança com direito a DJ, luzes coloridas e o início dos trechos de terror.

O jogo começa com ambientes cheio de pessoas, e aos poucos, conforme o jogador prossegue, vamos nos distanciando da multidão até que fiquemos completamente sozinhos. Temos muito mais criaturas do que no primeiro jogo, e a atualização de objetos como as lanternas mais robustas que conseguem apontar feixes maiores de luzes para queimar o corpo das criaturas. O mais legal é que aos poucos, o jogo apresenta cada personagem, e como cada amigo se encontra nessa aventura, foi um enredo acredito, melhor planejado do que no primeiro jogo.

No elenco nós temos, 4 personagens do primeiro jogo: Shannon e Kenny que são irmãos, e Stan – perito em abrir trancas. Junto a eles temos os personagens novos: Corey, as gêmeas Mei e Jun, Sven e Amy. Todos eles formam duplas em várias partes do enredo de ObsCure 2, sem contar na existência de novos puzzles para mexer com a cabeça do jogador.

Menos música “pop”, mais música própria

É muito legal quando no jogo, podemos ouvir alguma música de um cantor ou banda que gostamos. E no primeiro jogo foi bem assim, a abertura trazia a banda Sum 41 para dar um clima bastante jovem na trama. No segundo jogo isso não acontece, temos um trabalho maior na parte sonora, que manteve o mesmo compositor Olivier Derivière, e mesmo assim a trilha sonora ficou muito bem casada com tudo o que acontecia durante as fases, em momentos de ação tocava uma música mais forte, os momentos de exploração com algo mais ambiente, até para não cansar os ouvidos do jogador, é possível ouvir cada faixa da trilha sonora na página oficial do compositor, aqui.

Chá alucinógeno

Fica perceptível quando um jogo busca se sobressair, quando os inimigos mudam completamente a tática de ataque, ou quando decidem colocar mais inimigos da altura dos personagens e menos inimigos baixinhos ou traiçoeiros como acontecia no primeiro. ObsCure 2 possui inimigos muito fortes, e chega até a dar aquela exagerada desafiadora em momentos que o jogador pode até pensar que vai aparecer um determinado monstro e na hora do vamos ver, aparece justamente quem não deveria. Existem mais combates com vários inimigos ao mesmo tempo, e graças a jogabilidade melhorada que fez os personagens ficar mais leves e os cenários mais amplos, facilitou muito os momentos em que o jogador precisa planejar fugas rápidas para impedir ataques múltiplos e perder energia à toa.

Se no primeiro jogo falava-se de criaturas provindas de plantas, em ObsCure 2 não é diferente, mas tentou-se deixar a trama menos biológica e mais química, ao invés da simples transformação de estudantes em reféns da clorofila, agora existe uma flor peculiar que expele um pólen e faz os estudantes sofrer alucinações. Os estudantes da Fallcreek University começaram a se engraçar e utilizar a flor fazendo um chá, ao beber, tinham visões macabras e muitos acabavam não conseguindo voltar do transe, sendo assim, fica o objetivo do jogo que é destruir a fonte primária dessa flor “mágica”.

Um dos personagens que teve mais contato com os efeitos da flor foi Kenny, que durante o jogo podemos acompanhar a trágica transformação dele numa figura enorme, forte e até desengonçada. Aqui, fica aquela situação da personagem Shannon que precisa dar um fim no irmão mutante que infelizmente, não tem mais volta e não quer abrir mão dos poderes que recebeu após se transformar na criatura gigante da qual o jogo nos coloca para enfrentar no final. Ainda com a mesma situação, ao terminar com todos, o jogador assiste o final verdadeiro.

Exploração e quebra-cabeças

O interessante de ObsCure são os puzzles inventados pela Hydravision, lembro que no primeiro um dos primeiros acontece com uma das portas da escola que estava trancada com corrente e cadeado. Podíamos ter algum pé de cabra, mas não, tínhamos que criar um ácido no laboratório de química, pegar o copinho plástico e ir correndo até a porta antes do copinho plástico ser derretido pelo ácido que servirá para livrar a porta trancada com a corrente e o cadeado.

No segundo jogo também existe isso e acontece quando precisamos criar um explosivo, ao longo de um caminho e etapas, o jogador consegue encontrar um ingrediente do tal explosivo, isso me fez lembrar o Castlevania 64, em que um dos momentos pedia para pegar nitroglicerina e se pulássemos uma única vez morríamos na hora. De volta ao Obscure 2, existem agora baús especiais que só podem ser abertos após encontrar 3 pequenas chaves. Os baús são importantes porque em um deles é possível pegar a arma de choque (Taser) que facilita para atordoar os inimigos. Essa arma pode receber upgrades e ficar mais potente, por isso é bom ficar de olhos abertos para saber que, se existe um baú especial, é porque pelos arredores existem as chaves.

Talvez uma das situações mais intrigantes, e divertidas acontece no momento em que precisamos controlar Jun, ela está perdida em uma área com várias portas, e enxergamos a moça através de um monitor de segurança em preto e branco, a tela do monitor começa a chuviscar enquanto uma criatura parece querer aparecer a qualquer momento. Nessa parte temos que lutar contra a interferência do monitor, porque se o chuvisco ficar muito forte, perderemos o contato com a Jun, e acontece o pior.

Pelo fato da época trazer como sugestão os smartphones que começavam a vir com mais força e virar tendência, o jogo possui puzzles que envolvem o touch do celular, esses puzzles não chegam a ser os mais originais, já que são caça-palavras, por outro lado temos os quebra cabeças onde precisamos juntar pedaços de papel picotado, e outros em que devemos encontrar a ordem correta de alguns objetos.

Não muito diferente do primeiro, em ObsCure 2 também foi necessário diminuir a resolução da tela para conseguir atingir um objetivo e aconteceu ao tentar abrir um cofre com a combinação pedida. Ao aproximar qualquer personagem diante do cofre, a câmera focaliza o cofre e o teclado numérico do mesmo para o jogador digitar a combinação. Com a resolução alta e acima de 1024×768, o teclado numérico fica inutilizado e é preciso diminuir e retomar o objetivo, tirando isso, o jogo funciona sem problemas no Windows 7 64-bits.

Pós-Graduação

Um jogo de terror com visão em terceira pessoa, era o que tínhamos com ObsCure, até que a Hydravision mostrou um certo interesse em dar continuidade para a franquia e começaram os rumores em pleno 2013. Pensou-se que teríamos uma trilogia de uma vez, o que não seria nada ruim. Até que a softhouse decidiu mudar de nome, a Hydravision desde então chama-se, Mighty Rocket Studios. Vários trailers começaram a aparecer, mesmo assim a ideia de ler o nome Obscure 3 parecia promissor, até que finalmente revelaram o novo jogo chamado, Final Exam., encabeçado no gênero beat’em up, shooter e plataforma, trouxe jogabilidade 2D para um a quatro jogadores e o objetivo que é destruir criaturas medonhas. Todo o universo estudantil/universitário continua em um novo formato, só que agora é possível jogar online também. Vocês podem conhecer Final Exam no Steam e ainda se quiser, podem fazer o download da demonstração testar.

A duologia termina do jeito que precisa

Foi até bom a Hydravision não ter inventado uma terceira continuação, porque, ObsCure 1 se completa com ObsCure 2, então se existisse uma maneira de fazer ObsCure 3, talvez ficaria fora do contexto ou teriam dado uma enrolada legal para prender o jogador, ainda bem que não houve uma tentativa frustrante de lançar um terceiro jogo, e no fim, a duologia está aí para ser experimentada por quem quiser curtir uma pegada diferente ou quem quer algo parecido com Until Dawn, do PS4, só que sem as inúmeras escolhas de caminhos. Abaixo, temos a galeria com algumas imagens capturadas durante o gameplay de ObsCure 2 no PC, até a próxima!

5 Comments

  1. É isso aê Cadu, vale a pena acompanhar a programação do Jornada Gamer, todo mês fazemos um tema novo para abordar os longplays exibidos no canal. O lance da comparação da nitroglicerina do Castlevania 64 foi mais a situação de carregar algo perigoso, no caso do ObsCure o ácido num copinho de plástico kkk, os caras criam cada coisa doida, mas você não morre fazendo algum movimento brusco não.
    Eu preciso terminar de ler o Chroma Squad que você escreveu. Grande abraço e logo logo sai a próxima edição!

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  2. Antes de mais nada, putz, eu preciso descolar um tempo pra assistir os videos da Jornada Gamer. Eu nunca tenho paciência pra vídeos, não me odeie por isso… kkkkkkkkkk
    Quero muito ver o do Castle of Illusion de Game Gear, até pra efeito comparativo do de Master que conheço bem (até onde a memória me permite dizer “bem”).
    Do Doom 64 também, bateu a curiosidade!
    Quanto ao QuadNation… esse sim merece xingamentos à minha pessoa! kkkk
    Enfim, vamos lá…
    Parece legal o jogo com as melhorias que trouxe em relação ao primeiro, que já parece interessante. O tema que eu achei muito bem sacado, tipo, a fonte do problema do jogo que precisa ser destruída. Não me lembro de algum jogo ou história de qualquer mídia com algo assim. Mas pode ser truque da minha memória ruim também… uhahua
    Só fiquei preocupado com a comparação com a nitroglicerina do Castlevania 64. Isso não acontece nesse jogo, né? Pelamor… rs
    E eu sei lá, acho que parar na hora certa ao invés de mais uma sequência é a melhor coisa que uma empresa pode fazer. Concordo com seu “tentativa frustrante”, melhor o “gostinho de quero mais” do que isso. Temos inúmeros exemplos por aí, né?
    Outro ótimo texto, Marvox!
    Que venham os próximos!

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  3. Valeu Ulisses, eu gostei da trilha do 2º jogo, eu quis dizer que é legal da parte dos desenvolvedores decidir criar as próprias músicas, existem softhouses às vezes, que preferem colocar músicas de bandas para enfeitar e corre o risco de não combinar com o jogo, não é o caso do ObsCure 2 rsrs

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  4. Já votei lá no Top Blog 🙂
    Legal saber que tem uma versão pra PSP,sou fã do portátil.Eu não entendi o que vc quis dizer na parte da música.Você gostou dos dois modos,com e sem música de bandas oficiais,ou apenas gostou do primeiro mas o segundo fez um bom trabalho?
    Realmente,se um game fez tudo o que tinha pra ser feito em duas edições,não tem motivo pra fazer um terceiro e acabar caindo o nível de qualidade com isso.
    Falou Marvox!

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