Ed.Nº 146 – DuckTales Remastered (2013)

AnaliseFala gamers do Brasil! Chegamos na edição 146 com uma análise toda especial para o jogo DuckTales Remastered, uma produção WayForward lançada em 2013 para o PC, PlayStation 3, Xbox 360 e o Nintendo Wii U.

A marca DuckTales carrega uma complexidade cheia de brilhantismo com produtos que começaram nas Histórias em Quadrinhos de Carl Barks, o desenho animado da TV que no Brasil foi estreado pelo canal SBT, o relacionamento entre Disney e Capcom no início dos anos 90, até a vinda da versão Remasterizada.

A partir de agora, iremos desembarcar em Patópolis, e o Tio Patinhas nos espera em sua mansão com uma boa xícara de chocolate quente com marshmallow preparado pela Madame Patilda. Vamos acompanhar, os caçadores de aventuras.

MarvoxBrasil 146 DuckTales Remastered PC

DuckTales Remastered (PC[Análise], PS3, Xbox 360, Wii U)
Desenvolvedor: WayForward Technologies
Publisher: Capcom / Disney Interactive Studios
Lançado em: 13/08/2013

 

Aí vem o furação…

Scrooge McDuck conhecido no Brasil como Tio Patinhas, personagem criado em 1947 por Carl Banks, na época ele trabalhava para The Walt Disney Company. Quando Carl Barks criou o Patinhas, ele tinha 46 anos. Além de Patinhas, outros personagens marcantes apareceram nas histórias em quadrinhos para contracenar com o pato mais rico do mundo.

  • Gladstone Gander => Gastão (1948);
  • the Beagle Boys => Irmãos Metralha (1951);

  • The Junior Woodchucks => com as histórias dos Escoteiros Mirins que trouxe o trio Huguinho, Zezinho e Luizinho (1951);

  • Gyro Gearloose => Professor Pardal e sua inseparável Lampadinha (1952);

  • Cornelius Coot => Cornélius Patus, o fundador de Patópolis (1952);

  • Flintheart Glomgold => Pão Duro McMoney (1956);

  • John D. Rockerduck => Patacôncio (1961);

  • Magica De Spell => Maga Patalójika (1961).

As histórias do Patinhas como Tio Patinhas começaram a partir de 1952. Nisso entraram todo um universo das histórias criadas por Carl Barks, assim como outros personagens que vieram com o passar dos anos.

Na TV, o desenho animado criado pela Walt Disney Television Animation foi ao ar pela primeira vez em 18 de setembro de 1987. Foram exibidos 100 episódios que compõem 4 temporadas, o que durou até 28 de novembro de 1990. Quando DuckTales encerrou, veio então a animação dos esquilos Tico e Teco e os Defensores da Lei com o início de uma nova geração das aventuras da Disney na TV.

No Brasil, a primeira exibição de DuckTales aconteceu no canal SBT apenas um ano após o lançamento nos Estados Unidos, em 1988 e durou até 1990. A música de abertura, muito marcante, foi cantada em português por Luís Ricardo, o garoto propaganda do Baú da Felicidade.

Quando o desenho estava prestes a encerrar a 2ª para iniciar a 3ª temporada, entre 1989 e 1990, foi o momento em que surgiu o primeiro jogo de Videogame, DuckTales no NES desenvolvido pela Capcom. Mas não foi apenas um jogo, foi uma chave de acesso, construída por uma gerência criativa que levaria a Capcom a trabalhar com a Disney por muitos anos.

Mas como fazer para que um jogo dos DuckTales no NES não ficasse tão simples e infantil?

 

Velhos castelos, belos duelos

Sob o apelido de Professor F ou Arthur King nos créditos de alguns jogos está a mente que gerenciou equipes por trás da maioria dos títulos de sucessos trazidos pela Capcom no NES e também no Super Nintendo – Tokuro Fujiwara.

Tokuro chegou na Capcom em 1983 quando tinha 22 anos, desde o primeiro momento ele já estava como Diretor, a primeira produção do qual foi responsável é Vulgus, jogo do gênero Shmup vertical para os Arcades. A participação de Tokuro na Capcom foi como Diretor e Produtor, ele é a mente responsável que gerenciou a produção dos vários títulos que conhecemos e jogamos ao longo da geração Capcom do NES ao Super Nintendo, e do PlayStation até o Nintendo Wii.

Ghosts ‘n Goblins. Mega Man (1 ao X3). O clássico Little Nemo: The Dream Master. Chip’n Dale ou Tico e Teco como conhecemos. O divertido e culpado por deixar gamers de cabeça quente, Goof Troop. X-Men: Mutant Apocalypse. O primeiro Resident Evil. E seu último trabalho foi em Madworld no Nintendo Wii.

Todos os jogos que receberam o cuidado dele na produção e direção são marcantes e muito difíceis, precisam de dedicação ímpar para serem vencidos e que procuraram deixar marcas de um desafio sem igual. Se tivemos o que escolher para jogar em um primeiro momento no NES e Super NES vindos da Capcom, devemos muito da nossas horas de lazer aos jogos vindo das equipes que ele liderou.

Antes da participação de Tokuro em projetos, a Capcom tinha trazido no NES em 1988 um jogo do Mickey com a ajuda da Hudson, nada comparado com os clássicos da série Illusion da Sega, mas é curioso saber que esta foi a primeira tentativa de trazer algo da Disney pela visão da Capcom e aconteceu com o jogo Mickey Mousecapade, que mais parecia um Popeye na versão Mickey e Minie.

O jogo DuckTales foi a porta de entrada para que a Disney e Capcom começassem a trabalhar juntas, e isso contribuiu para a grande safra de jogos que apareceram depois, tanto no sistema de 8 quanto nos 16 bit da Nintendo.

 

Todos eles são grandes figuras

Passaram-se 20 anos, em 13 de agosto de 2013 veio DuckTales Remastered só que dessa vez sem Tokuro. Para a remasterização, a Capcom em parceria com a Disney, mais uma vez, chamaram a WayForward, estúdio independente localizado na Califórnia, nos Estados Unidos. A Companhia existe desde 1990 e seu primeiro jogo apareceu em 1994 com o underground Mickey’s Ultimate Challenge.

A notoriedade da WayForward só apareceu em 2002, quando o estúdio decidiu desenvolver uma franquia própria chamada Shantae, um jogo de plataforma e ação com mecânicas puxadas do estilo metroidvania, ou seja, combates e exploração. O primeiro jogo foi exclusivo para o Game Boy Color, mas depois vieram outros dois jogos que podem ser jogados no PC e estão disponíveis no Steam com: Shantae – Risky’s Revenge Director’s Cut (2010), e a aventura mais recente, Shantae and the Pirate’s Curse (2014).

Por sorte da WayForward e até mesmo da própria Capcom, Shantae conseguia ser tão difícil quanto a versão de DuckTales dirigida por Tokuro no console NES. Tudo o que a WayForward precisava fazer era transferir o conceito que eles mesmos criaram em Shantae Risky’s Revenge sem destruir aquilo que Tokuro havia criado em 1990. O desenvolvimento de DuckTales Remastered havia começado em 2011 e levou 1 ano e meio para ser produzido.

O interessante desta versão remasterizada é que, mesmo sendo feita por outro estúdio que na época não tinha nenhuma relação com a Capcom, a WayForward respeitou a criação original, até mesmo na composição musical. As músicas são as mesmas, porém, com alguns arranjos modernos, mas é possível ativar também as músicas em estilo 8-bit do jeito que tocavam na versão de NES e curti-las durante a passagem pelas fases.

O jogo possui as mesmas 5 fases para visitar na ordem que desejar, podendo escolher entre Amazônia, Transilvânia, Minas Africanas, Himalaia e A Lua. Após completar as 5 fases, abrirá a última fase, que é a 6ª para assim acontecer o desfecho do jogo. O Remaster traz situações repensadas pela WayForward sem fugir muito da versão original. Houve até uma liberdade criativa para trazer novas áreas que não existiam no NES, além de momentos inéditos, mas tudo sem alterar inimigos e personagens que aparecem durante o percurso.

O momento da escolha das fases no Remaster ainda acontece através do super computador, dentro da Caixa-Forte do Patinhas, mas agora temos novas localidades para interagir, ,como o cofre em que podemos literalmente mergulhar no rico dinheirinho, isso é bom para relaxar, igual quando víamos o Tio Patinhas na abertura do desenho animado e durante os episódios.

Existe uma sala que funciona como uma galeria de artes, com base na quantidade de dinheiro coletado é possível desbloquear tudo a respeito do desenho DuckTales e da produção do jogo, além de, belas imagens marcantes dos personagens e momentos das fases na versão 8-bit dos anos 90 para o jogador relembrar ou ver como o jogo era.

Um jogo feito mesmo para jogar e terminar em todas as dificuldades porque o andamento das fases, enredo, e toda a produção é muito deliciosa. Em nenhum momento é possível dizer que o jogo é chato e ainda dá vontade depois de querer assistir novamente os episódios de DuckTales para matar a saudade.

A parte curiosa acontece nas fases onde alguns detalhes são co-relacionado com os episódios do desenho animado. A versão de NES tinha uma tentativa de afastar o desenho do jogo, por outro lado a produção da WayForward conseguiu inserir elementos que fazem o jogo esbarrar no desenho animado.

As vozes em inglês são dos dubladores originais e para acompanhar melhor as conversas é possível ligar as legendas em português. Já para quem quiser mais ação e menos conversa dá para ativar também o modo “jogo rápido” que faz o jogo pular todas as cenas de blá-blá-blá.

 

Por isso a garotada só quer DuckTales

Nos games, seja a versão antiga ou a Remasterizada, DuckTales  é uma criação que possui forte relação entre o desenho na TV e até as Histórias em Quadrinhos. Tanto pela Capcom, quanto pela WayForward são produções que esbanjam conteúdo, cheios de detalhes para procurar e pesquisar sobre. E com certeza existem mais detalhes escondidos pelas fases e cenários.

O que já foi divulgado nas notícias, por enquanto, é que o canal Disney X-D planeja trazer uma nova versão de DuckTales para a TV em 2017. Vamos torcer para que seja tão bom quanto os ensinamentos do Tio Patinhas no fim dos anos 80.

Seria muito simples dizer que DuckTales é um desenho animado só para crianças, suas histórias em todos os episódios possuem uma mensagem muito profissional. As frases que Tio Patinhas solta em momentos mais serenos são dicas de desenvolvimento pessoal e até profissional, tão certeiras quanto o livro Os Segredos de uma Mente Milionária. Mais que um personagem animado, Tio Patinhas pode ser encarado como um coach.

Carl Barks em vida criou personagens inesquecíveis, faleceu no ano 2000 aos 99 anos.

Quanto aos jogos, parabéns pela Disney ter acreditado na Capcom, da mesma forma que acreditou na WayForward para que assim saísse a Remasterização, um jogo de ouro para a sua biblioteca de jogos no Console ou no PC.

DuckTales foi um jogo que cheguei a alugar bastante na época, não tive o NES mas tive o Dynavision 3 que aceitava os jogos do console da Nintendo. A versão Remastered joguei primeiro no Xbox 360 em 2014, que foi onde terminei. Quando a versão do PC/Steam entrou em promoção foi a chance de agarrar esta oportunidade e jogar tudo de novo para escrever sobre o jogo para vocês.

Aproveitem para jogar também, e se possível, assistam o desenho. Dá para fazer disso uma série para suas noites, reveja os episódios e veja quanta coisa que um desenho dos anos 90 pode ensinar e que conseguem ficar intactas não importa o ano que você assista, ensina e diverte crianças e adultos.

Acompanhem a galeria de imagens capturadas durante o gameplay, nas imagens aproveitei para mencionar também os episódios que ganham referências durante as fases. Até a próxima!

5 Comments

  1. hahaha cara, calhou de jogar esses jogos seguidos e interessante que o DuckTales Remastered me incentivou a voltar para a 1ª versão e tentar jogar melhor, na época eu achava muito difícil, era uma fita que eu sempre alugava pra continuar tentando mas não conseguia mesmo. É bom assim né, um jogo novo acaba motivando a terminar um jogo antigo.

    Valeu Cadu! Tentarei sim trazer mais jogos desse estilo assim que conseguir jogar.

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  2. Vc ligou o modo independente/retrô aqui no MarvoxBrasil, foi? Pô, tô adorando ver estes posts sobre jogos plataforma old school independentes! Só não dei as caras aqui antes pq realmente não tive como, mas torço por outros posts de jogos similares!
    Eu nunca tive a curiosidade de procurar dados do desenho, não sabia/lembrava que a estreia tinha sido em 88 por aqui. Tinha a impressão que assistia quando mais velho, mas pensando melhor, foi por aí mesmo que assisti. Tudo bem que o negócio deve ter reprisado no Brasil até 2008, mas enfim… kkkkkkkkkkkkkk
    A Wayforward é incrível, tudo que joguei deles eu curti muito: Bloodrayne Betrayal, Double Dragon Neon, Mighty Switch Force, Shantae and the Pirate’s Curse e, claro, Ducktales Remastered. Todos eles, sem exceção, são de bons pra cima.
    Reza a lenda que diminuiram bastante a dificuldade da versão Remasterizada, vc sabe dizer? Eu nunca joguei a do NES. Não senti muita dificuldade no PS3, isso pq joguei no Hard.
    Eu também não achei nada chato no jogo, pelo contrário. Até as interrupções de diálogos eu achava divertidas, embora sejam beeeeem Disney as vezes (aqui no sentido meio… infantil, digamos). Agora chato mesmo é quem diz que o jogo ficou ruim por causa dessas interrupções, fala sério, corta (!) a cutscene e continua sem resmungar ou liga o modo que vc mesmo falou, né? Povo procura motivo pra falar mal demais pro meu gosto.
    Muito bom, Marvox! Que venham mais jogos do gênero por aqui! 😀

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  3. E ai Marvox beleza belo post esse esta ai um jogo que não joguei quando tina meu Top Game viu joguei um pouco pelo emulador de Nes mas não fui muito longe nele cheguei a jogar essa versão Remaster na casa de um amigo e curti pra caramba vou adicionar esse jogo a minha lista que tenho para jogar depois.

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