Ed.Nº 106 – Digite Doom e aperte Enter

MVX104Flintstones-001Faaala gamers do Brasil! Neste momento, vamos viajar por meio de teleportes rumo às entranhas do jogo Doom. Neste especial iremos relembrar a caminhada desta franquia que espalha fãs pelo mundo todo e que fora criada por um grupo de jovens que na época tinham apenas 20 anos, recém-saídos da faculdade e com muita vontade de fazer acontecer.

Começaram como um pequeno grupo através da SoftDisk, não demorou muito para aparecer a oportunidade de abrir a id Software. Chegaram a oferecer trabalho até para a Nintendo para tentar trazer a franquia Mario Bros para o PC, e mesmo com o pedido negado, resultou na criação de Commander Keen. Receberam ajuda da Apogee/3D Realms para publicar Wolfenstein 3D, até que finalmente encontraram o título que faltava para se tornar uma softhouse de referência na criação de jogos.

Acompanhe a edição 106 para conhecer vários detalhes curiosos de modo a compreender a cronologia do enredo e um resumo sobre os Mods e a comunidade que faz parte do jogo. Durante o texto, cada passagem é ilustrada com imagens, que vocês podem clicar sobre elas para ver tudo mais de perto. Vamos apertar Enter porque Doom vai começar!

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Estamos de volta em junho de 1993, a id Software tinha acabado de lançar a expansão do jogo Wolfenstein 3D, chamada Spear of Destiny. Em um bagunçado apartamento localizado no Texas – Estados Unidos, estavam John Carmack, John Romero, Tom Hall, Tim Willits, Robert Prince e demais pessoas da equipe, para realizar o lançamento do jogo – Doom. De repente em dezembro do mesmo ano, o computador de muitos gamers foi iluminado pela energia de plasma do canhão de uma BFG-9000.

Doom – O primeiro desembarque em Phobos e Deimos

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A primeira versão foi lançada no dia 10 de dezembro de 1993 e contém 3 episódios: Knee-Deep in the Dead, The Shores of Hell e Inferno. Inicialmente foi um produto Shareware onde era disponibilizado apenas o 1º episódio e a pessoa fazia o pedido para receber o restante do jogo. Esta primeira versão chegou a receber 9 edições (1.1 até 1.9) onde dependendo da versão tinha minúsculos detalhes que foram consertados com o tempo.

O curioso é que em algumas versões mais antigas, o contador de energia do personagem chegava no máximo até 199%. O enredo deste primeiro jogo fala sobre um fuzileiro (Marine) que recebeu uma chamada da U.A.C (Union Aerospace Corporation) para investigar uma invasão fora de controle que aconteceu nas bases espaciais instaladas nas Luas de Marte. O fuzileiro não tem nome justamente para que o jogador entre na pele do personagem.

Ao todo são 27 bases onde em cada episódio existe uma base secreta que ao ser encontrada, complementa trechos da história e o fuzileiro consegue carregar 8 armas e vários itens especiais que funcionam como powerups que ajudam perante o desafio.

Episódio 1: Knee-Deep in the Dead

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Assim como a Terra tem a sua Lua chamada… Lua. Marte possui duas Luas, o primeiro episódio acontece em Phobos (Terror, em grego) que tem um clima talvez mais “terráqueo” que o restante dos episódios.

A primeira fase é o Hangar, onde acontece o desembarque do fuzileiro e carrega apenas um revólver. A 1ª base é muito simples e todas as portas estão destrancadas. A partir da 2ª base em diante o jogador encontrará portas que precisam de cartões.

Ao chegar na Base 3 – Toxin Refinery, é possível encontrar uma segunda saída que leva para a Base secreta de nº 9 – Military Base onde existe um primeiro contato com inimigos que chegam através de um teleporte em forma de estrela no chão, que por enquanto no jogo, não é possível viajar através dele.

O episódio termina na Base 8 – Phobos Anomaly que apresenta a dupla de Baron of Hell, no final o jogador é sugado para o 2º episódio. Por todo o 1º episódio, o jogador terá ao todo 5 armas de fogo (do revólver à bazuca) além da serra-elétrica. Diferente da versão tradicional do PC, na versão para o Xbox 360 de Doom 3: BFG Edition, o primeiro episódio contém 10 bases.

Logo na 1ª Base – Hangar, o jogador consegue encontrar uma nova saída que leva para a Base 10 – Sewers onde de forma totalmente inusitada, já traz para o 1º episódio os inimigos Lost Souls e CacoDemons que só começam a aparecer no 2º episódio da versão para PC. Clique sobre as imagens abaixo para visualizar.

Criaturas em Phobos

Todo o episódio acontece dentro das bases espaciais de Phobos, ao longo do caminho e aos poucos o jogador é apresentado para diversos inimigos. Começam pelos mais fracos que são os soldados zumbis (Zombieman e Shotgun Guy), Imp, Demon e Spectre (o Cão-Demônio e a versão invisível) e por fim o Baron of Hell. Confira qual a potência dos tiros de cada inimigo.

Zombieman – Usa um rifle com uma potência parecida com o revólver do fuzileiro.
Shotgun Guy – É o soldado que carrega a shotgun semelhante a do fuzileiro.
Imps – Atiram bolas de fogo e quando estão próximos conseguem arranhar.
Demon e Spectre – Apenas mordem quando estão próximos.
Baron of Hell – Lança um projétil verde com uma potência parecida com o tiro da BFG-9000.

Episódio 2: The Shores of Hell

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O 2º episódio nos leva para Deimos (Medo, em grego) que é a 2ª Lua de Marte. A partir da 1ª Base o jogador começa viajar pela primeira vez com a ajuda de teleportes, além de um design no meio do caminho que remete uma cruz invertida, paredes com rostos inquietantes de vários tipos, candelabros amarelos e uma aproximação cada vez maior com o que virá no último episódio.

A palavra “Shore” quer dizer “Margem”, e literalmente da 1ª à 8ª Base o jogador caminhará pela “Margem do Inferno”. Se o jogador escolher a dificuldade Ultra-Violence, logo na 1ª Base poderá se deparar com CacoDemons. O mesmo acontece na base seguinte, Containment Area que já começa repleta de caixas com o símbolo da U.A.C por todos os lados e nesta é possível encontrar a primeira Lost Soul perdida em um canal de ácido.

Ao chegar na Base 5 – Command Center existe uma saída que leva para a Base 9 – Fortress of Mystery onde o jogador é rodeado por vários Baron of Hell. O desfecho deste episódio acontece na Torre de Babel (Base 8 – Tower of Babel) onde acontece o confronto entre o fuzileiro e o CyberDemon.

Até aqui o jogador chega a conhecer a arma nº 6, o rifle de plasma. Uma enorme camada se desloca e revela o caminho para o último episódio que desenrola nas profundezas da Lua Deimos.

Criaturas em Deimos

Pelo fato dos dois últimos episódios acontecerem em Deimos, o fuzileiro começa a se deparar com inimigos que voam com Lost Souls e Cacodemons que conseguem ser uma pedra no caminho do jogador, principalmente quando aparecem em grupo. Novamente o episódio começa pelos soldados zumbis e aos poucos insere nesse meio o Baron of Hell como um coringa em pontos estratégicos e que conseguem pegar qualquer pessoa no susto.

Lost Soul – São crânios flamejantes, para atacar costumam avançar em direção a tela, dão cabeçadas ou mordidas quando estão próximos.
Cacodemon – É a bolota vermelha com chifres na cabeça e um enorme bocão que ao abrir expele um projétil que é uma mistura da energia do plasma da arma nº 6 com a bola de fogo dos Imps.
Cyberdemon – Um enorme demônio cibernético que possui um lança mísseis acoplado em uma das mãos.

Episódio 3: Inferno

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Diferente dos episódios anteriores onde tudo acontecia dentro de algum lugar fechado, o último desafio coloca o jogador pela primeira vez em locais a céu aberto. Tudo é interligado por rios de lava, sangue ou ácido e de forma que nesta altura o jogador já se deparou com todos os inimigos, então dispensa qualquer apresentação.

A ação é rápida e direta, já com Imps e Cacodemons, e segue para um bando de Lost Souls no final da 2ª Base, o que talvez nem seja certo chama-las de bases, porque o design visto pelo mapa intercalado entre uma fase e outra baseia-se em fortalezas, pirâmides e construções que não devem ter sido feitas pelos humanos que trabalhavam para a U.A.C.

Contudo, o clima é bem mais pesado, com paredes frias e rostos de dor e sofrimento. A presença dos soldados é quase nula e assim traz uma oportunidade maior para as demais criaturas exalarem todo o seu poder. Ao chegar na Base 6 – Mt. Erebus o jogador precisa se desenrolar em uma área totalmente aberta, com ilhas que são conectadas por um mar de lava e faz parte do desafio pisar e por consequência perder energia, para conseguir atravessar cada parte até o final.

Nesta base existe a passagem para a Base 9 – Warrens, que esteticamente é a mesma base que abre este 3º episódio, o que muda é a existência de segredos que não existiam e o encontro com o Cyberdemon, colocado como um subchefe. O desfecho acontece na Base 8 – DIS, onde o jogador encara a Spider Mastermind que pode ser chamada também de Spiderdemon, uma enorme aranha cibernética com patas robóticas e um enorme cérebro exposto, abaixo da boca uma metralhadora rotatória, semelhante ao que o fuzileiro carrega como a arma nº 4.

Ainda neste episódio na Base 3 – Pandemonium acontece uma das situações de maior êxito que se dá quando o jogador encontra pela primeira vez a BFG-9000, que é a última arma. Um canhão de extremo poder que expele uma esfera de energia que consegue pulverizar os soldados zumbis e varrer inimigos que estão próximos.

O episódio Inferno foi inspirado no poema – A Divina Comédia, escrito por Dante Alighieri – no quadro que ilustra a obra do autor (imagem abaixo) é possível ver no fundo uma torre que remete a Base 1 – Hell Keep e à direita o que seria uma espécie de catedral remete a Base 5 – Unholy Cathedral que é repleta de teleportes sendo capaz de fazer o jogador dar voltas e mais voltas até encontrar o teleporte correto que o levará para o lado da saída.

À esquerda na ilustração temos um caminho onde as pessoas estão descendo, esta parte pode ser remetida a Base 2: Slough of Despair. E as curiosidades não param por aqui, assim como houve inspiração para o episódio Inferno, o mesmo aconteceu no episódio que só apareceu em The Ultimate Doom.


The Ultimate Doom – o Inferno não quer descansar

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The Ultimate Doom chegou em 30 de abril de 1995, naquele momento o jogo já era vendido em CD devido a tendência da época que já trazia essa nova prática nos computadores e consoles. Na equipe desta vez tínhamos novos artistas como: American McGee (criador dos títulos Alice e Alice Madness Return) além do designer e programador Shawn Green que foi um dos responsáveis pelo visual de Hexen e por trazer Halo: Combat Evolve para o PC através da Gearbox.

Tim Willits (diretor do jogo Rage) também colaborou pela primeira vez na criação de conteúdos para as fases. Com isso, The Ultimate Doom é a expansão do Doom original que além dos 3 episódios tradicionais, trouxe o Episódio 4: Thy Flesh Consumed que introduz o jogador para o início de Doom 2.

Episódio 4: Thy Flesh Consumed

Uma estaca fincada na espinha é como podemos chamar o 4º episódio. Amargo, dispensa amizades, e tratando-se de Doom, isso é um elogio. Ao invés de apresentar pouco a pouco as criaturas, a primeira fase já traz um quinteto de Barons of Hell e que apesar do jogador conseguir coletar a metralhadora, a bazuca, além da shotgun, as munições são escassas.

Ainda sobre a 1ª Base – Hell Beneath no local que funciona como uma armadilha onde aparecem os Barons of Hell, no chão existe as letras “NIN” – uma homenagem direta ao quinteto Nine Inch Nails. Em seguida na Base 2 – Perfect Hatred é possível encontrar a saída secreta que leva o jogador para a Base 9 – Fear. O final acontece na Base 8 – Unto the Cruel com o fuzileiro e a revanche contra a Spiderdemon.

Thy Flesh Consumed chega a trazer um desfecho mais tangível para o primeiro Doom, além do desafio que prepara o jogador para os acontecimentos em Doom 2. O título que nomeia cada uma das 8 bases deste episódio (isso não inclui a base secreta) possui nas entrelinhas trechos com provérbios e salmos da Bíblia. Clique sobre as imagens para visualizar cada fase.

 


Doom 2: Hell on Earth

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No final do 4º Episódio: Thy Flesh Consumed aparece a frase: “Próxima parada, Hell on Earth”. Não demorou muito para a vinda da continuação que aconteceu em 30 de setembro de 1994, que ainda fora vendido inicialmente em formato disquete e logo veio a versão em CD. Na tela de abertura temos o fuzileiro que contracena com o Cyberdemon.

Mesmo que a Spiderdemon tenha sido o chefão final do primeiro jogo, desta vez o foco é todo voltado para o Cyberdemon, com o fuzileiro que volta para a Terra tarde demais porque de um jeito inesperado e pouco explicado onde todas as criaturas de Phobos e Deimos conseguiram chegar ao nosso planeta primeiro com a ajuda de teleportes, assim que as criaturas alcançam o solo terrestre dão início à marcha de guerra para destruir tudo. Diferente do 1º jogo, desta vez não existe mais o mecanismo de dividir o jogo em 3 ou 4 episódios.

Tudo segue uma linha só onde não é preciso voltar ao menu para escolher o próximo desafio e ao todo são 32 fases e o enredo é dividido em 4 partes com desafios bem mais intensos, novos inimigos, nova arma e novo powerup. Confira a seguir:

1ª Parte: Aterrissagem e Subterrâneo

A Base 1 – Entryway traz uma lembrança muito próxima com a fase Hangar do 1º Doom, aqui temos a mesma situação do desembarque do fuzileiro. A jogabilidade de Doom 2 é bem mais rápida e incentiva o jogador a ir para cima dos inimigos ao invés de fazer o ataque a longa distância, prova disso é encontrar a serra-elétrica logo no início da fase.

Desse modo, além do revólver é possível investir em uma tática mais agressiva enquanto por vantagem economiza munição durante o trajeto da primeira etapa do jogo. Na Base 2 – Underhalls chega o momento do fuzileiro coletar a Super Shotgun, com isso o jogador tem à disposição duas espingardas para utilizar à vontade. Ao chegar na Base 3 – Gauntlet o jogador se depara pela primeira vez com o novo soldado Chaingunner armado até os dentes com a mesma metralhadora que o fuzileiro carrega, não tente ficar na mira dos Chaingunners ou a morte será certeira, ainda mais quando vários aparecem no mesmo lugar.

Na Base 5 – The Waste Tunnels acontece a primeira aparição do Hell Knight uma espécie de Baron of Hell mais fraco capaz de ser derrotado com alguns tiros certeiros com a Super Shotgun. A partir da Base 6 – The Crusher a preocupação aumenta quando o jogador dispara o primeiro tiro e surge do nada o som de uma Spiderdemon, sem contar que atrás das colunas encontra-se o novo Revenant, um esqueleto alto que quando está perto enche o fuzileiro de socos e quando está longe arremessa mísseis teleguiados.

Também é possível coletar o novo powerup Megasphere que adiciona 200% de energia e armadura. Só neste primeiro trecho do jogo, o jogador terá coletado 6 armas, além da serra-elétrica. Faltará a BFG-9000 que pode ser encontrada no trecho a seguir. Ainda dentro deste primeiro trecho, a versão para Xbox 360 de Doom 3: BFG Edition existe a Base 33 – Betray.

2ª Parte: Reduto diabólico

A continuação acontece a partir da Base 7 – Dead Simple, uma área onde é preciso ter bastante cautela porque apresenta apenas dois novos inimigos que causam estrago por onde passam. Assim que o jogador aperta o botão para a fase começar é colocado diante de um grupo de Mancubus que possuem um lancha chamas no lugar das mãos. Assim que o grupo é eliminado, paredes começam a baixar e revela a existência de um novo grupo, desta vez de Arachnotrons, que podemos considerar até este momento o inimigo mais perigoso.

As Arachnotrons são aranhas bem parecidas com a Spiderdemon, só que são armadas com dois mini canhões que atiram projéteis de plasma que conseguem extrair uma grande porcentagem de energia sem fazer muito esforço. Na Base 8 – Trick and Traps finalmente é possível coletar a BFG-9000.

Na mesma fase o jogador é apresentado para o Pain Elemental, uma criatura bem parecida com os Cacodemons, só que de cor marrom e que expelem Lost Souls pela boca. É preciso ter cuidado ao eliminar esse inimigo porque várias Lost Souls podem acabar por ser espalhadas pelo local.

Mas o pior acontece na Base 11 – ‘O’ of Destruction, a fase pode ser chamada também de Círculo da Morte devido o design e como a fase desenrola ao fazer o jogador andar em círculos para abrir caminho. Em uma das portas é preciso utilizar o cartão azul, a localização deste cartão é que é o problema porque assim que o jogador encontra e coleta, do interior de uma coluna aparece o Arch-Vile. Com este inimigo não adianta pedir licença, o que ele é quer é jogar o fuzileiro para o alto e ver explodir em vários pedaços.

O Arch-Vile consegue ressuscitar os inimigos e trazer inimigos que não deveriam estar presentes no local. A travessia desse trecho do enredo faz o jogador alcançar a cidade, o centro onde as criaturas transformaram tudo em suas fortalezas.

3ª Parte: Cidade

As partes subterrâneas chegam ao fim, assim como qualquer motivo para introduções, está aqui o trecho mais divertido do enredo de Doom 2 com fases que acontecem no meio de uma cidade. Pelo horizonte é possível enxergar prédios de vários estilos e altura. Além da própria id Software ter inserido duas fases secretas que buscaram homenagear os primeiros trabalhos da softhouse.

A partir da Base 15 – Industrial Zone o jogador descobre uma 2ª saída que o leva para a Base 31 – Wolfenstein. Na fase o jogador está no que seria a primeira fase existente em Wolfenstein 3D. Na brincadeira, os soldados zumbis foram substituídos pelos SS Nazis, o mesmo para os cães que foram substituídos pelos Cães-Demônio.

Dentro desta mesma base é possível encontrar a saída que leva para a Base 32 – Grosse, considerado pelo jogo como Super Secreta. A fase remete aos momentos finais do próprio Wolf-3D, só que no fim do enorme salão está o Cyberdemon.

Mais adiante próximo da alavanca que encerra a fase, o jogador tem a oportunidade de encontrar quatro personagens iguais que estão enforcados. O personagem replicado é Commander Keen, um jogo de plataforma lançado em 1991 pela id Software, logo nos primeiros anos de vida da desenvolvedora. De volta a trajetória normal do enredo, o trecho encerra na Base 20 – Gotcha! com a presença marcante do Cyberdemon e Spiderdemon de uma só vez.

4ª Parte: Rodeado pelo Inferno

O que seria o último episódio em Doom 2 consegue ser ainda mais desafiador que todas as outras partes juntas. O trecho abre na Base 21 – Nirvana, seu nome trata-se de uma homenagem simbólica ao Kurt Cobain, o curioso é que no mesmo ano os jornais de todo o mundo relatavam a morte do cantor.

As áreas de cada fase são bastante escuras, com desfechos que colocam o jogador em revanches contra o Cyberdemon e a Spiderdemon. Ao chegar na última fase, a Base 30 – Icon of Sin o jogador se depara com uma enorme parede que exala a frase com efeito satânico e que diz: “To win the game you must kill me” que foi gravada com a voz de John Romero.

A enorme parede chega a receber diversos nomes, mas no manual de instruções de Final Doom, o nome é descrito como Baphomet. A história que envolve a primeiro enredo do jogo termina em Doom 2, de forma paralela desenrolam tramas que envolvem uma nova expansão chamada No Rest for Living e Doom 64, com isso podemos dizer que Doom 2 é dividido em 3 momentos, é o que veremos a seguir.

Abaixo acompanhe este gameplay que mostra a passagem pela última base de Doom 2, o vídeo faz parte do detonado do jogo publicado pelo Canal MarvoxBrasil em janeiro de 2014.


Doom 2: No Rest For Living

Lançado originalmente através da Live do Xbox 360 e depois inserido em Doom 3: BFG Edition, a expansão faz parte do jogo Doom 2 e faz uma pequena ligação entre o final do Episódio 4: Thy Flesh Consumed – The Ultimate Doom e o que aconteceu antes da história tradicional de Doom 2.

Num total de 9 fases onde o primeiro desafio chama-se Base 1 – The Earth Base. Porém, diferente do que o jogador viu em Doom 2 onde a maioria das fases são espaçosas, abertas e com vários caminhos para seguir, o ritmo desta expansão volta para a linha de jogabilidade parecida com The Ultimate Doom, com locais menores, corredores estreitos e no final acontece o encontro com o Cyberdemon.

Atualmente é possível jogar esta expansão no PC sem a necessidade de instalar a versão BFG Edition.

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Doom 64, entre ninhos de feras bestiais

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No Rest for Living é a introdução. Hell on Earth é o centro. Doom 64 é o estágio final da história que envolve Doom 2. O jogo foi lançado em 31 de março de 1997, e fora uma aposta inédita e de forma exclusiva do console Nintendo 64, ele carrega uma história que finaliza os acontecimentos em Doom 2, com trechos até que não foram inseridos no jogo original do PC mas que traz total sentido ao fato da Terra ter sido invadida pelas criaturas da esfera Deimos.

Enquanto o fuzileiro fazia toda a viagem pela superfície terráquea, um outro fuzileiro encontrou algumas bases abandonadas da U.A.C e resolveu investigar o que tinha dentro delas. O jogo possui um total de 32 bases. Existe uma arma nova que só apareceu neste jogo e temos a história das Demon Keys, artefatos sagrados que o jogador acaba por coletar em fases específicas para, digamos assim “terminar o jogo do jeito como a história conta”. As fases seguem uma sequência no mesmo estilo do Doom 2. Apesar de o jogo conter 32 bases, somente 28 delas faz parte da história, sendo que três fases foram inseridas apenas por uma mera diversão. Nem todos os inimigos de Doom 2 aparecem.

Em Doom 64 existe a ausência dos: Revenants, Chaingunners e Arch-Viles. Contudo, esta versão foi a primeira a receber uma mudança visual no que diz respeito à estética do cenário, modelagem dos inimigos e design das armas, além de ser a primeira produzida fora da desenvolvedora matriz. Todo o design foi produzido pelo estúdio Midway e apenas supervisionado pela id Software. Confira como o enredo acontece:

1ª parte: Staging Area até Outpost Omega

A primeira parte possui duas fases secretas, “Hectic” e “Outpost Omega” (a mais importante). O fuzileiro chega em “Staging Area” onde começa a encontrar soldados zumbis, Cães Demônio e Imp. É possível encontrar o caminho para a primeira base secreta, “Hectic” que funciona como uma enorme armadilha mortal com objetos espalhados que aumentam a energia, armadura e tudo para o jogador acreditar que pode pegar tudo à vontade.

Na base “Holding Area” é possível encontrar outra base secreta, a “Outpost Omega” que seria uma base abandonada ultra-secreta que as tropas da U.A.C a pedido dos cientistas decidiram trancar e isolar a fase, por conter um segredo precioso. Nesta fase o jogador pela primeira vez consegue coletar a arma Unmaker, uma arma à laser forjada com costelas de criaturas da Lua Deimos.

Esta arma ela é alimentada com as Demon Keys que o fuzileiro coleta ao longo do jogo, no começo esta arma dará apenas um tiro reto, mas conforme o fuzileiro coleta as Demon Keys isso altera a rapidez e potência dos tiros dados se tornando no final uma arma muito mais poderosa que a BFG-9000.

Dentro de Outpost Omega, é possível encontrar a primeira Demon Key. Após coletar, ao apertar para ver o mapa da fase, a Demon Key ficará guardada no lado direito da tela.

2ª parte: Tech Center até The Lair

Tech Center” apresenta pela primeira vez os Nightmare Imps, um derivado do Imp só que invisível e com uma rapidez maior na hora de atirar projéteis. Assim como os Cães-Demônio possuem uma versão invisível, em Doom 64 os Imps tem esse diferencial também.

A fase 7: Research Lab coloca o jogador diante dos Mancubus. Tem também os Barões do Inferno com aparência modificada e ao invés de lançar projéteis verdes que lembram o tiro da BFG-9000, o tiro é vermelho, remetendo ao tiro da Unmaker. É um projétil bem mais potente e retira bastante energia do personagem. Esta base é uma homenagem também para a base Dead Simple, presente em Doom 2.

Tudo nela é muito parecido, até a forma como começa. Ao chegar na “fase 12: Altar of Pain“, existe um caminho para a base secreta The Lair, onde será possível coletar a segunda Demon Key. E a arma Unmaker começa a ficar mais potente.

3ª parte: Dark Citadel até In The Void

Dark Citadel” já começa a misturar diversos inimigos em uma tela só, sendo que no final da 3ª parte acontece pela primeira vez, o encontro com o CyberDemon na fase “Watch Your Step“.

A fase seguinte “Spawned Fear” possui um caminho que leva o fuzileiro para a última fase secreta, “In The Void” onde é possível coletar a última Demon Key.

A partir de agora a Unmaker ganhou vida plena, sendo possível atirar 3 feixes à laser (frente e diagonais esquerda e direita) com uma rapidez capaz de eliminar, sem muito esforço, grupos de Barões do Inferno.

4ª parte: The Spiral até The Absolution

Após coletar a arma Unmaker e as três Demon Keys, na fase “No Escape” acontece a revanche do CyberDemon que será visto pela última vez no jogo. Em seguida na fase “The Absolution“, tanto o fuzileiro quanto o jogador conhecerão um novo chefe, chamado MotherDemon que segundo a história é a mãe de todas as criaturas de Deimos. É ela quem gerou em seu útero maléfico todas as criaturas existentes em Doom.

A batalha acontece em uma espécie de arena, três construções nas bordas e uma construção maior onde “escondida” está o desafio final que só vai aparecer depois que o fuzileiro eliminar todas as criaturas que saem do interior das construções laterais.

Mas temos as Demon Keys, então basta encaixar todas elas em cada um dos pedestais que existe ao lado das construções e o jogador não terá com que se preocupar em gastar munições e tempo com as demais criaturas. Com as construções laterais seladas, a MotherDemon aparece com seus mísseis teleguiados.

Por outro lado, o fuzileiro possui a energia amplificada da Unmaker, ou seja, eliminar a vilã final não será nada difícil.

Fases inseridas para diversão, e ausência do multiplayer

Após passar da “fase 24: No Escape“, onde acontece a revanche com o CyberDemon, o jogo pula direto para a “fase 28: The Absolution” onde acontece a batalha final, nisso três fases ficam de fora da campanha single player.

Depois que o jogo termina, no menu fica desbloqueado uma seleção de fases (Features) onde o jogador consegue escolher a fase que quiser para jogar de novo, e consegue selecionar as fases “25: Cat and Mouse“, “26: Hardcore” e “27: Playground“, que nada mais são do que bases para treinamento solo numa tentativa de intensificar a experiência.

Quando o jogador entra em cada uma delas, é fácil pensar que isso seria legal contra outros jogadores ou de repente juntar, 4 controles, e curtir um momento multiplayer do mesmo modo como aconteceu na época com Goldeneye 007. Realmente haveria um modo multiplayer em Doom 64 mas devido as limitações do cartucho, a ideia acabou sendo deixada de lado.

Praticamente o primeiro Doom e The Ultimate Doom, assim como Doom 2 e Doom 64, encerram a história original da franquia. Nisso vem a pergunta: e Final DOOM?


Final Doom, de Doomers para Doomers.

O lançamento aconteceu em 31 de maio de 1996. O jogo é uma mistura de acontecimentos que envolvem o 4º episódio: Thy Flesh Consumed em The Ultimate Doom e Doom 2. Foram criados dois novos episódios: TNT: Evilution e The Plutonia Experiment.

Esses episódios foram desenvolvidos por uma equipe de fãs que naquela época já montavam seus próprios mapas para jogatinas single player ou multiplayer. O episódio TNT: Evilution, foi feito pela equipe TeamTNT e supervisionado pelo próprio John Romero e seria o episódio principal do Final Doom, mas momentos antes do desenvolvimento ser finalizado, uma outra equipe mostrou diversos mapas e o The Plutonia Experiment entrou também na lista de episódios do jogo.

Praticamente Final Doom não é uma continuação direta para Doom 2, não faz parte da história matriz do jogo, ele é mais uma forma de aumentar as horas de jogo com fases que possuem uma escala de dificuldade maior, porque as fases juntam experiências vistas em toda a primeira linha de jogos da franquia.

Final Doom chegou a ser bem reconhecido quando chegou no PlayStation, a versão para o primeiro console da Sony trouxe ainda 13 mapas inéditos que só chegaram meses depois no PC através da expansão Master Levels lançado em 26 de dezembro de 1996.

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Doom 3: BFG Edition, 2004-2012

Depois de Final Doom, a franquia apresentou um enorme hiato. Pessoas jogavam e rejogavam Doom diversas vezes e 9 anos se passaram até 2004 – do Windows 3.11 e comandos digitados em DOS, para o Windows XP – dos antigos computadores modelo 486 ao Pentium 4.

Em 3 de agosto de 2004,  a id Software lançou Doom 3. Não é mais só sobre Phobos e Deimos, estamos mesmo em Marte no ano 2145 em uma recontagem das primeiras histórias do jogo de uma forma bem mais humana e com uma aproximação maior da vida e trabalhos dos cientistas e tropas da U.A.C.

A narrativa ficou diferente, Doom 3 trouxe textos elaborados para contar pouco a pouco o cotidiano das bases com o terror de cada corredor após a invasão das criaturas. O jogo possui três histórias: Doom 3, Ressurection of Evil e Lost Mission.

Depois, com a id Software juntando-se com a Bethesda, em 15 de outubro de 2012 decidiram criar o pacote completo Doom 3: BFG Edition que traz todas as histórias da franquia.

Doom 3 – “Welcome to Mars, Marine!”

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O jogo possui 27 áreas, começa em “Mars City” e termina no centro das escavações em “Primary Excavation: Artifact“. Aqui controlamos o fuzileiro original dos primeiros jogos, com seu cabelo castanho como víamos antigamente. Existe uma equipe que realizava escavações para estudar a vida ancestral do planeta Marte.

Durante essas escavações, encontraram monolitos com partes da história de Marte esculpidas, junto veio um artefato chamado Soul Cube, que é o Cubo das Almas (relacionado aos cubos que o paredão do Doom 2 arremessa). Esse cubo serve como uma arma também ao ser arremessado contra os inimigos, o cubo absorve a energia das criaturas e faz o personagem recuperar a energia.

A equipe de cientistas é liderada pelo Dr. Betruger, que colocou sua ambição em primeiro plano após estudar a fundo todos os escritos dos monolitos. O cientista líder, decidiu que queria dominar as criaturas de Marte, de forma que elas realmente obedecem Betruger e o colocam como supremo do Inferno.

Quando o fuzileiro chega em Marte, é como se estivéssemos desembarcado na fase Hangar do primeiro jogo, só que todos os seguranças e cientistas estão vivos, cuidam de suas vidas e trabalham no local. Chegamos a conhecer até o superior do fuzileiro, o Sargento Kelly, chamado de Sarge, (uma referência para o personagem do jogo Quake). Sarge então ordena que o fuzileiro vá até a sala de controles, enquanto isso acontece uma enorme interferência e os teleportes começam a trazer as Lost Souls que pairam por todos os lugares do conjunto científico da U.A.C, entram no corpo dos soldados e os transformam em zumbis.

O interessante de Doom 3 é que pouco a pouco, o jogador é reapresentado para todas as criaturas do jogo, e vemos como cada uma delas é criada ou formada. Por exemplo, em um momento do jogo, o jogador começa a ouvir um choro que parece ser de uma mulher. Ao seguir o choro e chegar na sala, uma mulher está apoiada na mesa enquanto chora de cabeça baixa. O fuzileiro chega perto, a mulher vira, olha para o fuzileiro e a cabeça dela é expelida do corpo com a espinha dorsal pendurada, forma-se então uma Lost Soul.

O jogador tem uma aproximação muito forte com cada criatura e isso torna o jogo bastante profundo. Talvez a parte mais chocante seja a área Delta Lab, com corpos mutilados e clima pesadíssimo. No final, o fuzileiro encontra o CyberDemon que sai do buraco onde a escavação terminou. Com a ajuda do artefato Soul Cube, é preciso jogar o cubo para sugar toda a energia do CyberDemon até que ele seja derrotado. Só que a história não termina aqui e continua na expansão Ressurrection of Evil.

Doom 3: Ressurection of Evil

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A expansão chegou em 4 de abril de 2005 e traz “pela primeira vez” a Super Shotgun novamente. Dr. Betruger conseguiu o que queria. Se tornou o ser supremo, vendeu seu próprio corpo e alma para se tornar uma figura assustadora. Uma espécie de dragão do Inferno chamado Maledict.

O fuzileiro da história anterior foi encontrado desacordado no Delta Lab e foi levado para tratamento médico. Aqui jogamos com outro fuzileiro, em Doom 3 estávamos no ano de 2145 e nesta “continuação” passaram-se dois anos, e estamos em 2147. Aqui estaremos mais focados em Phobos e na região do Mt. Erebus (referência à área final do episódio Inferno do primeiro Doom).

O objetivo é eliminar o Maledict e acabar com qualquer indício da existência do Betruger. A dificuldade é maior até porque existem novos inimigos e as munições são muito escassas. Já na primeira fase aparecem Lost Souls e o jogador precisa eliminar todas elas apenas com a pistola, (mais uma situação do Episódio Inferno, em que com o revólver é preciso eliminar CacoDemons no primeiro Doom).

O jogo possui um total de 12 áreas, começa em “Main Excavation” e termina em “Hell“, local onde o fuzileiro encontra o Maledict. Junto com os acontecimentos dessa expansão, acontece a história Lost Mission, uma situação parecida com Doom 2 e Doom 64. No mesmo ano, em 21 de outubro de 2005, chega aos cinemas o filme “Doom: A porta para o Inferno“.

Doom 3: Lost Mission

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Como último desafio para a linha temporal do 3º jogo, Lost Mission foi lançado em 16 de outubro de 2012 em conjunto com o pacote Doom 3: BFG Edition. Esta expansão acontece na mesma linha cronológica do Doom 3 de 2004.

Temos um novo fuzileiro e o jogador tem uma aproximação mais direta com a equipe tática Bravo Team, uma que é responsável por toda a segurança da U.A.C, o trabalho deles é entrar e eliminar de vez o objetivo. O enredo chega a ser muito parecido com os acontecimentos do filme.

Desta vez é um jogo bem mais curto com apenas 8 áreas. Começa em “Enpro – Sector 1: Energy Processing and Storage” e termina em “Hell Outpost” com a luta contra o Guardião do Inferno, que finalmente após ser derrotado expele o Soul Cube. Podemos relacionar este episódio com, por exemplo, o jogo “Half-Life Blue Shift”, em que ao invés de jogar com Gordon Freeman, jogamos com o segurança Barney Calhoun. Lost Mission é teoricamente a mesma linha de raciocínio.

A história do Doom possui uma profundidade bastante complexa e divertida, envolve ciência, estudo da vida em outros planetas, enquanto toma a frente com elementos satânicos como pentagramas e rezas demoníacas. Cada criatura possui uma identidade específica e durante o jogo, parecem que elas realmente estão vivas e pensam por si só.

Cada uma tem um jeito estratégico de eliminar e atacar, o que traz para o jogo um ritmo em que as estratégias são as mais diversas enquanto é recheado de ação e terror, o que deixa tudo mais interessante e envolvente. A seguir, as informações sobre a origem do jogo e a comunidade que envolve a franquia.


 Curiosidades não reveladas pela U.A.C

doombible-mvxAinda em 1993 quando Doom foi lançado, o escritor do jogo Tom Hall publicou um livro chamado “Doom Bible” (Bíblia Doom), que contém diversos indícios em um dossiê com diversos planos sobre o que viria a ser o jogo até o momento do seu lançamento. Praticamente 90% das ideias listadas no livro não foram usadas. Para começar, ao invés do personagem ser um fuzileiro, o que teríamos era – um cara com roupa de astronauta. E o jogo não se passaria em Marte ou Luas de Marte, seria em um planeta fictício chamado Tei Tenga, nome que seria dado ao jogo ao invés de Doom. Durante a “Fase 2: Nuclear Plant“, é possível encontrar em vários monitores espalhados pelo cenário as palavras “Tei Tenga”, como um Easter Egg.

A arma Unmaker também está descrita na Doom Bible, e seria uma arma que utilizaria uma categoria de munição diferente do plasma da BFG-9000 ou do rifle de plasma. A Unmaker saiu dos planos do primeiro jogo e teve sua participação especial em Doom 64, porém, utiliza a mesma munição da BFG-9000 e o rifle de plasma. Algumas ideias foram utilizadas durante a criação e outras foram simplesmente descartadas.

As criaturas encontradas ao longo do jogo também sofreram modificações, por exemplo, a Lost Soul que conhecemos tem o fogo vermelho, mas por pouco, em Doom 64 entraria uma versão modificada dela em que a Lost Soul seria branca e com chamas na cor azul, o ataque dela seria mais forte que a Lost Soul convencional e o pior, elas atirariam mísseis teleguiados para suprir a ausência do Revenant, mas a ideia foi descartada e decidiram apenas manter os novos Nightmare Imps e alterar o visual do Cacodemon e Pain Elemental.

A versão do Nintendo 64 inicialmente receberia o nome Doom: The Absolution, mas como na época existia um padrão titular dos jogos de N64 de sempre vir com a numeração dos bits do console, ficou como Doom 64 mesmo. É possível encontrar pela web a versão protótipo de Doom: The Absolution para jogar as fases que não entraram no cartucho e ver os inimigos que foram deixados de lado.

Confira na imagem abaixo uma amostra da Lost Soul modificada que não entrou no cartucho. Leia mais sobre Doom Bible, clique aqui para acessar o documento em PDF, no documento existem até rabiscos feitos a caneta por criadores da id Software na época, e o mais legal é tentar decifrar o que está escrito embaixo das rasuras, fora que é um conjunto precioso de informações.

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Lost Soul que atira mísseis teleguiados entraria em Doom 64 para ocupar a ausência do Revenant.

Existem outras curiosidades que estão fora das páginas da Doom Bible e que podemos mencionar. A partir de uma das fases do primeiro Doom, surgiu a área inicial para o jogo Quake, aquela que quando o jogo abre vemos três portais onde cada um leva para uma dificuldade diferente.

Sem contar que a popularidade do jogo serviu ainda para brincadeiras à parte em Duke Nukem 3D. A última aparição simbólica é encontrada durante o jogo Rage. Confira as imagens abaixo para visualizar essas passagens.


Doom 16-bits e outros ports

DoomSNESE se o assunto é curiosidade, vale mencionar que o primeiro jogo marcou presença na biblioteca de jogos do Super Nintendo, lançada em 26 de outubro 1995 com o cartucho americano sendo publicado pela Williams Entertainment, enquanto a Ocean Software cuidou da versão para a Europa. Em questão de conteúdo não chega a dever nada para a produção matriz lançada no PC.

Mesmo com a ausência de alguns pentagramas e demais outros elementos que preenchiam as paredes e o chão das fases por todo o cenário, de resto chega a ser a mesma coisa.

Das 27 Bases originais, 5 Bases não estão presentes. O que torna a versão do SNES até mais desafiadora porque cada fase em Doom funciona como uma corrente de forma que as sequências de situações da fase anterior ajudam o jogador nas fases adiante. A ausência dessas fases no cartucho do SNES obriga o jogador a alterar completamente a estratégia que era adotada na versão do PC. O interessante é ver a estratégia de Marketing adotada para o peculiar cartucho vermelho, em inglês, red cartridge, ou seja, uma referência para a munição da shotgun.

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Além desta do Super Nintendo, o primeiro Doom foi portado para outros consoles: 32X, Atari Jaguar, PlayStation, 3DO e por último Sega Saturn, todos lançados entre 1994 até 1997. Existem diferenças curiosas entre um port e outro. Todo o conteúdo é o mesmo, porém, alguns ports possuem fases redesenhadas e as texturas de um determinado cenário, foram colocadas em outro cenário. Fases muito grandes ou muito demoradas praticamente foram excluídas. O que muda bastante é a resolução, o jeito que enxergamos tudo no jogo.

A versão para 32X, que foi o primeiro port, possui apenas 17 fases. E o episódio Inferno, pode esquecer porque ele não existe. A maioria das fases foram redesenhadas, isso quer dizer que, caminhos e corredores que antes existiam na versão PC, não existem nesta versão. O curioso é ver que o ritmo das músicas também ficou diferente. Mas até aí, é normal, cada console tem sua potência.

O port do PlayStation e Sega Saturn são os mais fiéis. Mas o diferencial ficou no PSX onde as músicas foram retrabalhadas pelo compositor Aubrey Hodges (ao invés de Robert Prince), que depois também ajudou na criação dos arranjos de som para a versão de Doom 64. Clique aqui, para acessar a trilha sonora completa da versão para PSX, enquanto continua a leitura.


Mods e sources dos mais variados estilos

ZDoom, GZDoom, Skulltag, Zandronum e Doomsdays, nomes diferentes mas que simbolizam uma só vontade. Todos esses nomes são “sources” – programas que conseguem fazer o Doom oldschool ser compatível com os sistemas atuais, muito mais que isso, permite unir os jogadores nos mais diversos servidores para disputar partidas multiplayer e também jogar em modo cooperativo.

Não tem coisa melhor que chamar um amigo para jogar, “The Ultimate Doom” ou “Doom 2”, para juntos enfrentar cada fase do enredo original. Mas também a diversão não precisa ficar resumida ao jogo padrão, existem também centenas de mapas criados por fãs, além de enredos próprios que se sobrepõem as fases originais que podem ser chamadas de “Megawads“.

Um dos vários que vale a pena se aventurar é o “The Way id Did” feito pelo grupo – Ellmo, Esselfortium, Xaser, Marnetmar, e Alfonzo – e que possui até arte de capa (abaixo), não é à toa que este mod chegou a ganhar um dos prêmios Cacoworld. A premiação é destinada aos mods realizados com base na comunidade do jogo. A maior referência é o site Doomworld, lá é possível conferir os mais variados trabalhos realizados pela comunidade.

A maior parte desse conteúdo criado por fãs, o que conta bastante é a criatividade e o nível de desafio em cada mapa novo. Com conteúdos que talvez em um jogo original nunca seria pensado, por exemplo, passar de 3 ou 4 fases e logo encontrar um Cyberdemon sem se preocupar com o fato dele ser o chefão final, a criatividade consegue desvincular certas regras e tudo vira uma nova experiência.

Sem contar algumas maluquices muito memoráveis como uma fase secreta que remete ao jogo Commander Keen (imagem abaixo), da mesma forma que a id Software colocou os soldados do Wolfenstein na fase secreta em Doom 2. Se eles podem, por quê os fãs não podem criar e ir mais além?

The Way id Did – na fase secreta, o universo de Commander Keen faz parte do desafio.
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Partida Coop – No fundo, o “Doomguy azul” (J. Smith) e o “Doomguy verde” (Marvox). Desbravar mapas com os amigos torna o desafio mais divertido.

Chega um momento em que essas produções independentes, conseguem ultrapassar todas as expectativas e isso chega a ser mais interessante quando os criadores também começam a ficar atentos para todos os tipos de criatividade que surge e até gera reconhecimento.

Melhor ainda é conseguir chamar a atenção de John Romero ao criar Brutal Doom, o mod é compatível com todas as versões principais: Doom, The Ultimate Doom, Doom 2 e Final Doom. Ganhou o prêmio Cacoworld 2011, o que garantiu o selo “MOTY” (Mod of The Year). Em uma comemoração pelos 20 anos do jogo Doom, o criador John Romero chegou a jogar o mod e disse: “se nós pudéssemos voltar para 1993 e ao invés de Doom lançássemos Brutal Doom, com certeza tínhamos destruído a indústria dos games, Brutal Doom é hilário”.

O mod Brutal Doom, foi criado pelo brasileiro Sergeant Mark IV que usou seus conhecimentos em programação para desenvolver uma sincera releitura que faz com que o jogador tenha um desafio com cheiro de casa nova. As fases continuam as mesmas, o que muda são os detalhes adicionados durante o gameplay. E estes sim são diversos, só para citar: Quando os soldados atiram contra o fuzileiro e a tela chega a trincar com as marcas das balas.

É possível desmembrar os inimigos que ao cair no chão gritam de dor ou rastejam, as armas foram redesenhadas e o jogador consegue efetuar finalizações nos inimigos, além de outros detalhes que valem ser conferidos ao instalar o mod em seu PC.

Mesmo quem tem costume de jogar Doom sentirá uma diferença enorme no desafio. Brutal Doom é o “Take Down for What”, vejam algumas imagens capturadas durante o gameplay.

Arrancar a cabeça do Cão-Demônio é outra história!
Arrancar a cabeça do Cão-Demônio é outra história!
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Pegar uma Lost Soul e arremessar contra a parede é uma vontade que já deve ter surgido na cabeça de muitos jogadores.
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Shotgun Guy, mesmo impossibilitado de continuar em pé, não é motivo para desistir de lutar.

O primeiro Mod a gente nunca esquece!

Mods são sempre curiosos porque eles funcionam como um combustível que renova a vida do jogo. A pessoa jogou o enredo oficial e se assim desejar, pode começar a criar suas próprias histórias. Essa vontade de criar as próprias fases virou uma mania tamanha que a maioria dos jogos de PC dos anos 90 continha no CD um editor de mapas.

Um programa próprio que servia como ferramenta para criar novas fases e conteúdos, depois outras empresas acabaram por adotar essa prática como Duke Nukem 3D que tinha o “Build Map” e Unreal que tinha a primeira versão da “Unreal Engine”. Nesta parte do nosso especial, irei compartilhar a primeira vez que eu lembro que vi um Mod sem saber na época o que era isso.

Em um CD que veio na Revista CD Expert cheio de demonstrações que comprei em 1995, além da demo de The Ultimate Doom tinha uma outra chamada Doom Star Wars.

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Ao entrar no jogo após a instalação vi que os soldados zumbis foram substituídos pela tropa do Darth Vader. De volta ao nosso Especial, ao fazer algumas pesquisas descubro que da mesma forma que Brutal Doom foi elogiado pelo John Romero, a mesma situação aconteceu na época quando John Carmack jogou a versão completa do Doom Star Wars. No site slashdot.org é possível encontrar este trecho referente ao mod em que o criador diz:

*I still remember the first time I saw the original Star Wars DOOM mod. Seeing how someone had put the death star into our game felt so amazingly cool. I was so proud of what had been made possible, and I was completely sure that making games that could serve as a canvas for other people to work on was a valid direction.

*John Carmack

Carmack expressa total satisfação ao criador do Mod pelo trabalho realizado e se sente orgulhoso por ver que as pessoas tem essa vontade de criar conteúdos diferentes, fazer aquilo que gosta e esbanjar criatividade junto com a diversão. Confira algumas imagens deste mod que substitui os três episódios do primeiro Doom e também funciona com a versão The Ultimate Doom.

O conteúdo do mod traz novas armas, efeitos de sons únicos e música própria. Praticamente o que existe do jogo original é o rosto do fuzileiro e os powerups.


Tática de guerrilha

Estratégias das mais variadas possíveis podem ser desenroladas durante o gameplay. Mesmo uma pessoa que não tem o costume de embarcar no gênero FPS, ao pegar Doom para jogar consegue tranquilamente se desenvolver durante o jogo. É um desafio que toma proporções em escalas.

Portanto, não existe uma forma padrão para descrever e para ilustrar este caso, utilizamos um tabuleiro de xadrez e assim fica bem fácil entender as diferenças entre o primeiro Doom e porque até muitas pessoas chegam a ter uma preferência maior pelo Doom 2. Clique na imagem abaixo para visualizar a explicação:

Neste sentido, fica fácil mencionar o fator replay de Doom. Em cada início de jogo é possível desenvolver novas estratégias para ultrapassar os inimigos e desafios, traz de volta aquela nostalgia, os comandos são super simples, e para quem quer atualizar a diversão, vale aventurar-se pelos mods e utilizar as sources mencionadas acima para colocar a visão através do mouse, pode desabilitar a mira automática, entre outras coisas feitas para um melhor rendimento da diversão.

É um jogo que chega a proporcionar boas horas de raciocínio porque, dentro das fases existem momentos de puzzles com alavancas e mecanismos que funcionam ao pisar em determinadas áreas do chão.  E desde o seu primeiro lançamento conseguiu amadurecer com o tempo, sem deixar de lado o fator oldschool e o propósito de diversão a qualquer hora, isso se nota com o tamanho da comunidade que até hoje jogam, independente de qual versão e passam a experiência para os filhos, chamam os amigos para duelar-se em servidores ou embarcam no modo cooperativo.

O que vem a seguir, bem, vamos esperar para ver o que a Bethesda e a id Software vão preparar para nós.


E finalmente, “Doom 4” ou apenas o novo “Doom”

Doom 3 recontou toda a história dos primeiros jogos. De repente apareceu um pequeno trailer na E3 2014 que mostrou rapidamente o novo jogo da franquia, que até aquele momento era chamado de Doom 4. Novamente a história poderá ser recontada de uma forma até mais explícita para que todos possam aproveitar ainda mais o enredo do jogo.

É possível que apareçam mais relatos extraídos da “Doom Bible” e quem sabe mostrar uma relação maior entre a U.A.C e os seus fuzileiros e quanto mais tenso for a história melhor, com a vinda de novos inimigos, sem contar em remodelagens dos inimigos tradicionais.

Fica o pensamento de como será o visual novo do Revenant, Baron of Hell, e o Cyberdemon. Melhor do que imaginar é jogar. Depois dessa história, vale a pena embarcar em Doom 3: BFG Edition ou o Mod Brutal Doom e jogar todos do jeito que sua vontade permitir.

Abaixo, confira o trailer do novo Doom com legenda em português publicado no Canal Wall TipsnPlays, além de uma galeria de imagens com os simbólicos objetos existentes no jogo.

E quanto aos Doom-maníacos do Brasil, qual é a versão que mais agrada? E o que vocês gostariam de ver no enredo do novo jogo? Comentem aí, contem sobre os mods que vocês conhecem e quem sabe um dia possamos nos encontrar em algum servidor.

Nosso especial sobre a franquia Doom fica por aqui, esperamos que vocês tenham gostado. Postem seus comentários, sugestões e críticas a respeito do texto.

Convidamos também para visitar o Canal MarvoxBrasil onde temos o gameplay completo, gravado entre 2011 e 2013, das versões The Ultimate Doom e Doom 2. Até a próxima!

8 Comments

  1. Boa Noite Jorge, a Lost Mission faz parte do pacote Doom 3: BFG Edition, ela foi lançada pra PC, Xbox 360 e PS3. No PC caso você tenha conta no Steam será fácil encontrar e comprar, hoje em dia sai por R$ 39,99 mas em promoções comemorativas que ocorrem durante o ano, o preço cai muito e dá pra pegar por R$ 10,00. Vale a pena mesmo ter esse pacotão guardado para jogar a qualquer hora.

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  2. Boa noite. Tenho as duas versões de Doom 3 mas não conhecia essa tal de LOST MISSION.
    Onde e como faço pra conseguir?

    Outra dúvida que acho que talvez seja a minha resposta afinal não entendi muito o texto. Essa versão Lost Mission eu só encontro no DOOM 3 BFG? Ou vende em separado?

    Curtido por 1 pessoa

  3. Fico muito satisfeito em receber sua mensagem, eu montei esse especial mais para a galera entender como é o jogo a linhagem da franquia antes de se aventurar no novo Doom, e até se de repente surgir a vontade de curtir as versões clássicas. Ainda farei outros especiais, assim que eu puder.

    Grande abraço e aproveite as jogatinas em Doom!

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  4. Excelente Cara! Eu que sou tiozinho e comecei a jogar Doom só agora, consegui entender toda a história e evolução desse game fodástico! Parabéns. Ahhh E seu vídeos no you tube excelentes tb! Abraço

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  5. Cara, que artigo mais lindo! O meu olho suou aqui! Parabéns pelo hyper artigo Marvox! Achei perfeito cada parte do texto, você contou a história, curiosidades, tudo… material de primeira que só pode ser encontrado aqui no MarvoxBrasil! Meus parabéns e um grande abraço!

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